Psicanálise com crianças na pandemia
Quinze dias após o início do isolamento social, alguns psicanalistas começaram a trazer as contribuições da psicanálise para o período que iríamos atravessar, iniciado, entre outros temas, um amplo debate sobre como sustentar a transferência das análises online.
A psicanálise, mais viva e ativa do que nunca, começava um diálogo aberto com o público.
Antonio Quinet marcou um importante passo nesse sentido, cravando: “O setting é a transferência”, mostrando que é possível a cada analista inventar um modo de manter a transferência mesmo nas circunstâncias mais adversas.
A análise com crianças, nos trouxe questões específicas. Diferentemente do setting analítico, no qual ficam mais à vontade e livres de qualquer censura, estando em casa estariam sob o olhar dos pais.
Como elas responderiam à análise remota? O que seria possível criar para que a transferência se mantivesse nesse momento? Como ficaria a “transferência de bastidores” – que é a relação do psicanalista com os pais da criança que está em análise – estando a família de algum modo presente no setting?
Abordamos ainda, na live, o controvertido e sempre difícil tema a guarda.
Conversa de Analista | 30/3/2020
Com Claudia Pretti
Psicanalista. Membro da Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitória. Coordenadora do Fórum Clínico da Infância e da Adolescência. Vice-diretora de Relações Interdisciplinares do IBDFAM.
Referências
- Manual de Direito de Família | Rolf Madaleno
- Guarda compartilhada e regulação de visitas (pandemia ou pandemônio) | Rolf Madaleno (artigo publicado em 20/3/2020, http://genjuridico.com.br)
- Bate-se numa criança | Freud (1919a)
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