As lágrimas deixadas na Recoleta…
“As lágrimas deixadas na Recoleta”, foi assim que José Nazar resumiu seu percurso de final de análise, com o psicanalista Isidoro Vegh em Buenos Aires.
Foi entre as ruelas e abóbadas do quase silencioso cemitério e as ruas da parisiense e sofisticada Recoleta que José Nazar derramou as suas lágrimas.
Até que, em sonho, as letras escritas no próprio corpo caíssem; até que pudesse perdoar a mãe por abandoná-lo tão pequeno ao morrer de infarto fulminante sobre o prato do almoço; até poder fazer dos seus traumas profundos uma dor comum, própria do existir, mas que não o impedisse de viver.
Ali, naquele aristocrático bairro de Buenos Aires, José desconstruiu o seu próprio tango e concluiu a sua análise.
Esse Conversa de Analista trata da trajetória desse homem — parcialmente mostrada no filme “Só Depois” —, acerca de seu percurso de análise, de sua passagem e posterior saída da Colégio Freudiano do Rio de Janeiro, da fundação de três escolas de psicanálise e sobre e sobre os enlaces, laços e transferências de sua vida, sempre sustentando de um lado a família e de outro a psicanálise.
Conversa de Analista | 16 de novembro de 2020
Com José Nazar
Médico. Psiquiatra. Psicanalista. Membro das Escolas Lacanianas de Psicanálise Rio de Janeiro, Vitória, ELP-RJ e Brasília. Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria. Especialização e Mestrado em Psiquiatria (UFRJ). Editor-chefe da Editora Cia de Freud.
Referências
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