Continuação de: Porque a guerra | Parte 1: A carta de Einstein para Freud
Porque a guerra | Parte 2: A resposta de Freud para Einstein
Ao responder à carta de Einstein, Freud manifesta sua surpresa diante da questão apresentada: o que eles poderiam fazer para defender as pessoas da “fatalidade da guerra”?
Freud destaca, então, que desde os primórdios as disputas entre seres humanos são decididas com o emprego da violência. Mesmo os conflitos de opinião, ressalta, tendem, em pouco tempo, a se tornarem conflagrações sangrentas. De fato, vimos isto com uma frequência incômoda, por exemplo, durante o processo eleitoral do Brasil em 2022.
No que diz respeito às lutas, guerras e conflitos, nas eras mais primitivas da história da Humanidade, Freud relata que a força física se impunha como poder perante os mais fracos. Depois vieram as ferramentas: o vencedor era aquele que detinha as melhores armas ou os que sabiam manejá-las melhor. Mais tarde, a superioridade intelectual tomou o lugar ocupado anteriormente pela força bruta, redundando em armas mais destruidoras e estratégias cada vez mais sofisticadas.
Para Freud, porém, nem o propósito da luta nem sua resolução se alteram no tempo: no final, a parte derrotada é forçada a abandonar as suas reivindicações. Quanto ao vencedor, sua vitória é tão mais ampla quanto mais adversários forem eliminados ou subjugados.
NOTA: eu pretendia terminar essa postagem sobre essas cartas em dois episódios, mas superestimei meu poder de síntese e subestimei a riqueza da conversa entre os dois gênios. Por conta disso: